Sistema Estelar Chimaira

Composto por oito planetas, o Sistema Estelar Chímaira tem 1500 bilhões de quilômetros, compreendendo uma pequena parte da Galáxia de Eidola. Sustentado por Suprematrix, uma estrela laranja, todos os seus planetas são telúricos – compostos por terra. São eles do mais perto para o mais longe da estrela: Ennéa, Éxi, Epta, Dyo, Déka, o planeta anão Pénte e Téssera. O planeta desgarrado Okto é considerado por alguns como parte de tal sistema, enquanto outros o ignoram.

Miesac é uma das oito luas que orbitam Dyo, planeta telúrico com uma civilização rica em diversidade, conhecido principalmente por Sacrália, Cidade das mil e uma fés, na qual foram construídos templos representando todas as crenças do Universo, o que o torna um dos lugares mais movimentados do Sistema.

Dentre as luas de Dyo, estão Luna I e II, que eclipsam Miesac, criando ciclos diários a cada sete horas na lua. Ou seja, Miesac tem sete horas de dia, sete de noite do primeiro ciclo, mais sete de dia e por aí vai. Conhecida por sua Plataforma de Abastecimento de aeronaves, Miesac funciona como um posto de parada entre jornadas, o que leva muitos turistas até ela, mas não os retém por conta de sua falta de atrações. É um local seco, sem muito além de planaltos, montanhas e pântanos cheios de criaturas exóticas.

Dentre os lugares de destaque por sua beleza, estão o abismo de Gargotá – famoso por seu brilho avermelhado causado pela concentração de Cristais Carmesim – visível na Plataforma de Abastecimento, e Atlon, fortaleza utilizada por muito tempo por Caçadores de Relíquias para amotinar tesouros. Dizia-se que o local era amaldiçoado por conta de uma guerra em nome da construção, o que fazia de lá o esconderijo perfeito para os menos supersticiosos.

Outro destaque de Miesac são as Árvores Fluorescentes, que emitem luz nos períodos noturnos. Geralmente, é o mais longe que os turistas vão para não se perder na lua sem muitos mapas.

O principal centro civilizado é o Planalto Castelar, uma comunidade predominantemente de Nobas, mas que recebe humanos com hospitalidade. Fundada após os conflitos entre Nobas e humanos por terras férteis de Miesac – onde não houveram vencedores ou perdedores, mas apenas incontáveis mortes – a comunidade foi o principal símbolo de paz entre os povos. De resto, os habitantes costumam viver isolados em grandes fazendas, cultivando suas próprias plantações e gado sem se misturar uns com os outros. Os territórios são demarcados por cerca.

Há pouca tecnologia em Miesac, a maioria das coisas ainda funciona à moda antiga, embora os Nobas trabalhem constantemente em maquinários de facilitação cotidiana. Por conta do abismo e alguns vales ricos em Cristais Carmesim – principal combustível das espaçonaves e Auronaves – investir em um complexo imenso de abastecimento foi o que moveu Miesac para frente. É, sem dúvidas, o local mais tecnológico da lua, e funciona sob o gerenciamento de humanos e Nobas.

Outro destaque que coloca Miesac no mapa astral são as Corridas Lunares, onde atletas de todas as luas fazem maratonas de corridas com obstáculos em diferentes circuitos espalhados pelas luas em uma espécie de olimpíada anual. Como as corridas terminam em Miesac, é comum ter holofotes sobre a lua, principalmente por conta de três atletas nascidas lá e ganhadoras dos maiores prêmios.

Téssera é o planeta mais afastado da estrela. Quase não há habitantes, é conhecido como um mundo de peregrinação e autodescobrimento. Geralmente, pessoas iam para Téssera encontrar a si próprios. Por conta de seus perigos naturais, instabilidade climática e criaturas horrendas, tornou-se também o túmulo de muitos aventureiros.

Por mais que fosse um planeta afastado de Suprematrix, Téssera ainda era um planeta rico em flora e fauna, até que o fenômeno conhecido como Lençol de Fenhir o atingiu. Conhecido como uma espiral congelante ou sopro da morte, o fenômeno que poderia ser descrito como um vento mortal atingiu o planeta e congelou tudo de uma hora para a outra, mergulhando-o em uma era glacial repentina. Seus oceanos congelaram e apenas as criaturas mais fortes conseguiram sobreviver. Algumas teorias apontam o Lençol como um ser vivo que tomou o planeta e apoderou-se das consciências sobreviventes como extensão de seu próprio corpo, o que torna Téssera um hospedeiro de uma vida inteligente desconhecida.

Téssera é um verdadeiro cemitério. Algumas instalações da época de Majoris ainda foram mantidas funcionando graças a tecnologias térmicas, incluindo um laboratório cheio de anotações sobre as expansões do império, transformado mais tarde em instalação de estudos das criaturas e dos fenômenos que acometeram o planeta em busca de respostas e prevenção para que não se expandisse para outros Sistemas.

Fenômenos como a chuva de cristais e frentes frias que chegam à marca de menos quarenta graus impossibilitam a vida por grandes períodos no local, a não ser que se esteja muito bem equipado. Os pontos preferidos dos peregrinos são as cavernas profundas, onde dizem as lendas que se escondem os maiores segredos ligados a civilizações vindas de outros Universos.

Perder-se em Téssera é fácil, já que não há cidades, civilização ou comunidades. Os que se aventuram a mapear seus territórios dividem por porções de terra e oceano, demarcando com sinalizadores, mas nada é oficializado. Também não há como se alimentar, já que a fauna e flora foram completamente dizimadas. Qualquer um que tente sobreviver precisa encontrar uma forma de trazer comida estocada ou tentar matar as criaturas e devorá-las, ainda que seus venenos exóticos contaminem a maior parte de seus corpos.